O
Tribunal Pleno decidiu, por maioria de votos, rejeitar a arguição de
inconstitucionalidade do art. 27, §3º, da Lei n.º 8.630/93 e, conferindo-lhe
interpretação conforme a Constituição Federal, declarar que a aposentadoria
espontânea do trabalhador avulso não implica o cancelamento da inscrição no
cadastro e registro do trabalhador portuário junto ao Órgão de Gestão de
Mão-de-Obra – OGMO. Invocou-se, na hipótese, o princípio da isonomia,
especificamente previsto no art. 7º, XXXIV, da CF, e os
fundamentos adotados pelo STF ao declarar a inconstitucionalidade do §2º do art.
453 da CLT com relação
aos empregados com vínculo de emprego permanente (ADI 1721/DF),
para sustentar que os princípios constitucionais ali enumerados, a saber, o
valor social do trabalho, a existência digna e a busca do pleno emprego e o
primado do trabalho, alcançam igualmente os trabalhadores avulsos, de modo que a
aposentadoria espontânea, da mesma forma que não extingue automaticamente o
vínculo de emprego, também não cancela a inscrição dos trabalhadores avulsos
perante o OGMO. Vencidos os Ministros
Aloysio Corrêa da Veiga, Antônio José de Barros Levenhagen, Brito Pereira, Maria
Cristina Irigoyen Peduzzi, Maria de Assis Calsing, Renato de Lacerda Paiva,
Lelio Bentes Corrêa, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Dora Maria da
Costa e João Oreste Dalazen, que não conferiam a interpretação conforme a
Constituição. Vencido, ainda, por fundamento diverso, o Ministro Luiz Philippe
Vieira de Mello Filho. ArgInc-395400-83.2009.5.09.0322, Tribunal Pleno,
rel. Min. Pedro Paulo Teixeira Manus, 15.10.2012
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